noticias de Brasil en palabras de poeta
Le he preguntado a mi
vecinAnna siempre
Ehrerísima y muy terrestre
qué acontece por ahí
en Brasil y me dice:
"primeiro, querido vecino,
era um protesto do MPL
(movimento passe livre)
contra o aumento das passagens
de ônibus e metrô na cidade
de São Paulo.
Desde o início do mês
faziam protesto. Dia 10,
foram reprimidos pela polícia.
Organizaram um outra passeata dia 13.
Chamaram a tropa de choque.
As tvs e jornais os chamaram
de "vândalos" e "baderneiros"
E ainda exaltaram a ação
da polícia ainda que tenham atingido
com bala de borracha
e gás lacrimogêneo alguns jornalistas.
Prenderam pessoas por conta
de portarem vinagre.
Sim, vinagre.
Houve sem dúvida, depredações,
mas por parte de uma minoria.
A grande mídia, leia-se Globo,
Folha, Estadão quis que acreditássemos que não.
Então os líderes do movimento
anunciaram outra caminhada
em São Paulo no dia 17.
Lideranças em outros estados fizeram
o mesmo em apoio.
Em todas as principais capitais do pais,
os jovens foram às ruas.
Aí, os jornais e tevê passaram
- de um modo estranho -
a mostrar que não eram só "baderneiros"
e vândalos" manifestando-se.
A maioria caminhava de 'maneira pacífica'.
Aliás, ouvi a palavra "pacífica"
nestes dias por 600 vezes.
Dois dias depois, o senhor prefeito
e o governador anunciaram o retorno da tarifa
ao valor cobrado antes do aumento.
Foram programadas outras caminhadas
em todo país no dia de ontem
para afirmar a vitória do movimento.
Acontece, Pablo,
que não era mais apenas
o movimento deflagrado pelo MPL
e a luta pelo transporte publico decente
e sem o alto custo pelo qual pagamos.
De um modo ainda nebuloso,
mas certamente espalhado
pelas redes sociais, se juntou à bandeira do MPL,
todas as mazelas da nação.
Analistas dizem que tentaram levar
o movimento para a direita integralista.
O MPL, por conta disso,
anunciou que irá suspender as manifestações.
Ontem, havia 1 milhão de pessoas nas ruas.
As tvs suspenderam a programação
normal para transmiti-las.
Um garoto foi atropelado
e infelizmente faleceu.
Houve saques e depredações.
Ou seja, juntaram-se aos manifestantes
a turma do "quanto pior melhor".
O movimento perdeu o foco
e virou movimento de tudo.
Então há manifestantes que berram
contra a PEC 37
(projeto no Congresso que limita a ação do Ministério Público);
outros contra a "cura gay"
outro projeto de um deputado que além
de pastor evangélico e prega a ignorância;
contra a lei do nascituro e
o que é chamado aqui de "bolsa estupro"
e principalmente contra os gastos públicos
para a Copa do Mundo (gastos absurdos!)
e um balaio de coisas atreladas:
de um lado, uma corrupção que parece eterna,
e de outro, cortes em serviços públicos deficientes.
Gastaram 1 bilhão no Estádio Mané Garrincha,
em Brasilia. Inacreditável.
É o estádio mais caro construído
para a Copa no Brasil.
Em Brasília, Pablo,
não há times de futebol de expressão.
Os dois times de lá,
o Gama e o Brasiliense
jogam na terceira divisão nacional
e não têm torcida para ocupar
os 70 mil lugares do estádio.
Não colocam em média
nem mil pessoas em seus jogos.
Ou seja, depois dos sete jogos
da copa, o estádio será um elefante branco
erguido com dinheiro público.
Um bilhão, Pablo. Um bilhão..."
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