umamanhã
Certa noite, ele pensou - com a firmeza de uma pedra -
que as estrelas eram lágrimas de uma lua triste
Ela afirmava - com a insistência de uma nascente -
que eram bilhetes de um sol inquieto
E não concordavam e estavam longe de ser “para sempre”
Dias sobrevinham como um cão faminto
Noites em que viver era cavar um poço sem escavadeira
e acordar, sal e tamarindo
Mas persistiam e perseveravam
com a paciência das águas e a renúncia das pedras
contornando os abismos da existência
Certo dia, o sol enxugou as lágrimas
enquanto a lua - com a serenidade de um riso perene, - o acalmava
Alguns dias são mais que ‘para sempre’
Ehre
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